Superprodução de grãos e a insuficiência de armazenamento no país

Você sabia que no Brasil temos uma alta produção de grãos e safras recordes? O que tem ajudado a derrubar a inflação e a melhorar o saldo do comércio com os outros países? Mas esse desempenho da agricultura expõe um problema bem crônico, o de infraestrutura.

A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB),  estima uma colheita de 300 milhões de toneladas, sendo 16,5% a mais que no ano de 2022. Além destas previsões de safras recordes, a queda no preço dos grãos fez com que diversos produtores suspendessem as suas vendas, e isso acabou travando o escoamento.  No Mato Grosso, por exemplo, o maior estado produtor de grãos, mais de 20% da soja colhida em janeiro deste ano, ainda ocupa espaço nos armazéns.

E QUAL O DESAFIO? 

Pela falta de espaço em armazéns e silos, os grãos ficam expostos a céu aberto. 

E QUAIS SÃO OS RISCOS? 

O produto fica sujeito a diversas intempéries como ataque de insetos, roedores e principalmente a chuvas.  Além disso, a perda na qualidade dos grãos traz impactos tanto para fabricação de ração, como para destino ao consumo humano. Ainda, ocasionando diversas perdas financeiras, o  que deveria ser o retorno de investimento, consequentemente diminui lucros e automaticamente a rentabilidade do setor agrícola. Resultando em vendas em momentos desfavoráveis do mercado e preços mais baixos, impactando negativamente também na competitividade do agronegócio brasileiro.

O Brasil conta com um programa nacional de construção de armazéns, o PCA. Em 2023, o Plano Safra prevê R$ 6,6 bilhões em financiamentos de armazéns no PCA – R$ 1,5 bilhão a mais do que em 2022. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) estima que o Brasil precisaria investir R$ 15 bilhões em armazéns, todo ano, para dar conta do aumento da produção agrícola. 

Em termos econômicos, a falta de capacidade adequada de armazenagem resulta em perdas significativas para os produtores rurais e para a economia como um todo. Vale ressaltar que é um desafio amplo, onde o futuro da agricultura está diretamente ligado à capacidade de armazenamento para que toda essa riqueza seja melhor aproveitada.

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