Desafios do clima para o produtor rural

O fenômeno climático do  El Niño é bem conhecido pois periodicamente impacta as condições meteorológicas no mundo todo e quando este fenômeno atinge níveis excepcionais de intensidade como por exemplo, uma anomalia da temperatura do Oceano Pacífico que excede 2,5 graus Celsius acima da média, é chamado de “Super El Niño”.

No ano de 2015/2016 existiram as consequências de um Super El Niño, que trouxe chuvas excessivas no Sul do Brasil e causou estragos principalmente para a  produção de grãos. E neste ano, o cenário de 2023 é semelhante e estamos novamente diante de uma elevação nas temperaturas do oceano que nos leva a monitorar atentamente a possibilidade de outro Super El Niño.

O forte impacto do El Niño pode ser variado, afetando diferentes regiões de maneiras distintas. No Brasil a agricultura é uma das áreas mais impactadas quando o El Niño se intensifica e as chuvas torrenciais que caracterizam o El Niño vem causando inundações no Sul do Brasil, prejudicando a produção de grãos e aumentando os riscos para os agricultores. Ao mesmo tempo, ele reduz a precipitação nas regiões Norte e Nordeste do país, que vem apresentando períodos de secas mais severas. Além destas mudanças nos padrões de precipitação, o El Niño também provoca o aumento significativo da temperatura, isso explica porque o nosso país vem registrando ondas de calor intensas em várias regiões. 

Algumas estratégias de curto prazo que vem sendo direcionadas por especialistas, são a conservação do solo, em épocas de chuvas intensas, por exemplo, evitar práticas que possam desestruturar o solo, como aração ou escarificação. Ainda, investir na manutenção de palhada e no plantio escalonado,  ou seja, o plantio escalonado pode preservar a lavoura tanto durante a seca quanto em períodos de chuvas intensas, distribuindo as cultivares com diferentes características de ciclo de desenvolvimento em diferentes épocas, dentro do intervalo de tempo mais indicado para plantio da cultura em cada região.

Importante também, acompanhar a previsão do tempo e investir no monitoramento das áreas para obter dados precisos para orientar o manejo adequado da lavoura, principalmente em situações de risco climático. 

Dessa forma, conseguindo definir qual será o melhor momento para a colheita, o controle de pragas e doenças, o aumento da fertilidade do solo, entre outras decisões importantes para a manutenção da lavoura.

De acordo com a última atualização divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) no dia 08 de novembro, o fenômeno se desenvolveu rapidamente em 2023 e pode atingir seu pico no primeiro semestre do ano que vem. Mesmo com o arrefecimento do fenômeno, as últimas avaliações sugerem que há alta probabilidade de um aumento contínuo na temperatura do Oceano Pacífico Equatorial pelo menos até abril de 2024.

Todos esses impactos climáticos vêm demonstrando a necessidade de adaptação urgente, o que dessa forma faz com os produtores agrícolas sejam pressionados a investirem em infra estruturas e tecnologias que consigam gerir os riscos em razão da volatilidade climática. 

Com base nos dados e padrões vistos durante este ano, sabemos que as previsões não são tão boas, mas pesquisadores e meteorologistas têm emitido alertas para que nos próximos meses possa haver, de certa forma, uma preparação por parte dos  produtores rurais, o que exigirá estratégias e resiliência diante de tantos desafios enfrentados nos últimos meses. 

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